BYD Dolphin Mini disponível no Brasil é equipado com a bateria Blade BYD (LFP) de 38 kWh. Foto: Rubens Morelli/Canal VE
O Brasil registrou 39.924 emplacamentos de veículos eletrificados (BEV, PHEV, HEV e HEV Flex) no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 10,6% sobre o mesmo período de 2024, quando 36.090 unidades foram vendidas. Os dados são da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico).
Em março, as vendas desses veículos alcançaram 14.380 unidades, sendo o melhor desempenho mensal do ano, à frente de fevereiro (12.988) e janeiro (12.556). Na comparação com o mesmo mês do ano passado (13.613), o crescimento nas vendas de março de 2025 foi de 31,5%.
Os modelos híbridos plug-in (PHEV) foram os destaques do mês, com 6.944 veículos, representando 48% de participação no mercado de eletrificados. Já os veículos 100% elétricos (BEV) foram responsáveis por 4.801 emplacamentos, com uma participação de 33,4% do total. Os híbridos convencionais (HEV e HEV Flex) responderam por 18% das vendas de eletrificados, com 2.635 veículos emplacados no mês.
Vale ressaltar que, até o final de 2024, os veículos micro-híbridos (MHEV 12V e MHEV 48V) ainda eram incluídos no total de eletrificados da ABVE Data. No entanto, em janeiro de 2025, essa metodologia foi revista pela ABVE, que passou a classificar como eletrificado apenas os 100% elétricos (BEV), os híbridos plug-in (PHEV), e os híbridos sem recarga externa (HEV e HEV flex). Os MHEV começaram a ser contabilizados à parte.
Campeão de vendas
O hatch 100% elétrico BYD Dolphin Mini foi o modelo eletrificado mais vendido do Brasil em março de 2025, com 2.432 unidades, mais da metade de vendas de todos os modelos totalmente elétricos (4.801 emplacamentos). No ranking dos eletrificados, ele foi seguido pelo SUV híbrido plug-in BYD Song Pro, com 2.028 unidades.
No comunicado divulgado à imprensa, a ABVE avalia que “o avanço dos elétricos plug-in reflete a atual fase em que se encontra a eletromobilidade no país”. A entidade considera ainda que “o mercado ainda não está totalmente amadurecido para os BEV 100% elétricos, mas se consolida para modelos que conjugam combustão e eletrificação (híbridos PHEV). Estes apresentam-se ao consumidor como uma alternativa viável de autonomia, diante dos desafios de infraestrutura de recarga”, diz a nota.
Incentivos
Outro ponto destacado pela entidade no balanço trimestral de vendas é a presença de incentivos para os veículos eletrificados, como isenções ou reduções do IPVA. A ABVE destaca o exemplo de São Paulo, que concedeu isenção de IPVA para os HEV Flex fabricados no estado. Como resultado, as vendas desse tipo de veículo aumentaram de 1.426 unidades no primeiro trimestre de 2024 para 1.792 no mesmo período de 2025 (+25%).
Outro fator importante para o avanço do setor foi a expansão da infraestrutura de recarga. Em março de 2024, o Brasil contava com 7.758 eletropostos. Já em fevereiro de 2025, esse número saltou para 14.827, um aumento expressivo de 91,11%. Isso indica que a rede de recarga praticamente dobrou de tamanho em um ano, ampliando significativamente sua capacidade de atendimento ao usuário de veículo elétrico plug-in.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.
