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EPE projeta 3,7 milhões de VEs nas ruas do Brasil até 2035

Vendas de eletrificados cresceram 89% em 2024, com um salto de 219% nos veículos 100% elétricos. Foto: Divulgação

Cerca de 3,7 milhões de veículos eletrificados devem estar nas ruas brasileiras até 2035. De acordo com o estudo do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os veículos leves eletrificados (híbridos e elétricos) representarão 23% dos licenciamentos desta categoria.

Nesses próximos 10 anos, o PDE também analisou que a frota circulante permanecerá predominantemente entre os híbridos, que seguirá como a principal tecnologia, respondendo por 75% dos veículos leves em uso, alcançando cerca de 457 mil veículos desse segmento. 

O documento publicado na última semana analisa a adoção de veículos eletrificados atualmente pelo consumidor brasileiro, fazendo as projeções desse avanço impulsionado por maior oferta de modelos, queda de preços, avanço tecnológico e políticas públicas de renovação de frota que tem avançado no país.

 

Aumento de vendas em 2024

De acordo com o PDE, as vendas de eletrificados cresceram 89% em 2024, com um salto de 219% nos veículos 100% elétricos (BEVs). 

Neste mesmo ano, a predominância de modelos híbridos começa a ser substituída por uma maior venda de veículos plug-in e elétricos. Dentre os modelos híbridos, a modalidade flex representa cerca de 40% das vendas.

A redução do diferencial de preços em relação aos veículos a combustão interna foram responsáveis pela ampliação do acesso a esses automóveis. Essa redução foi viabilizada pela maior oferta de modelos importados e com incentivos em alguns estados, o que ampliou o acesso a essas tecnologias — ainda que os valores continuem relativamente altos.

Enquanto isso, os preços dos modelos a combustão interna de produção nacional aumentaram, ultrapassando ou se aproximando da faixa dos R$ 100 mil.

Venda de veículos eletrificados no Brasil e participação nas vendas totais. Foto: Divulgação/PDE

Modelos mais vendidos

Na escolha de modelos, os maiores, como SUVs e picapes, seguem dominando a oferta de veículos elétricos em todo o mundo. Em 2024, cerca de 70% dos modelos disponíveis pertenciam ao segmento de veículos grandes, SUVs ou picapes.

No Brasil, os SUVs PHEV representaram quase metade das vendas de elétricos em 2024. A diferença de preço dos PHEVs em relação aos modelos a combustão interna caiu para menos de 70%. Para os SUVs BEV, essa diferença é maior que 80%.

Essa redução do diferencial de preço incentivou a penetração de PHEVs no segmento de SUVs, enquanto os modelos BEV ganharam força na categoria de compactos e médios. Nessa categoria, a diferença de preço chegou a menos de 40% em 2024.

 

Infraestrutura de recarga

O número de eletropostos está em crescimento no Brasil, em 2025, o levantamento, apoiado a base de dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), apontou 14.827 eletropostos espalhados por todo o país. Em 2024, eram 12.137.

Mesmo em crescimento, a infraestrutura de recarga ainda é altamente concentrada em São Paulo, onde estão localizados 30% dos eletropostos do país, o que representa um problema ainda para outros estados brasileiros.

Evolução da infraestrutura de recarga no Brasil. Foto: Divulgação/PDE

Baterias e energia

O licenciamento de veículos elétricos a bateria cresce linearmente, e começa a ganhar participação relevante. Com as vendas de automóveis leves ofuscando o número de unidades pesadas licenciadas no horizonte decenal. 

Com isso, a demanda por baterias passa de 7,1 GWh em 2025 para 19,7 GWh em 2035, incluindo as baterias dos híbridos. 

A demanda de eletricidade associada à eletromobilidade deve aumentar de 627 GWh em 2025 para 7,8 TWh em 2035, reforçando a importância da consideração dessa carga no planejamento e no desenho tarifário do setor elétrico. 

 

Investimentos das principais montadoras no Brasil

No total, as montadoras pretendem investir, até 2030, aproximadamente R$130 bilhões em eletrificação. O estudo aponta como principais fatores para esse aumento de investimento: 

– Calendário de aumento do imposto de importação, iniciado em 2024.

– Políticas públicas de incentivo à Neoindustrialização e ao desenvolvimento sustentável, como o MOVER.

– E o aumento de preços dos veículos vendidos no Brasil, com possibilidade de maiores lucros.

Das 14 montadoras que investiram em eletromobilidade em 2024, a Stellantis foi a que mais investiu, tendo R$ 30 bilhões investidos em híbridos e elétricos. Atrás, fica a Toyota com R$ 11 bilhões (híbridos flex) e a GM com R$ 7 bilhões (híbridos). A BYD, atual montadora que mais vende elétricos no país, investiu R$ 5,5 bilhões.

Investimentos das principais montadoras no Brasil. Foto: Divulgação/PDE

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