Canal VE teve acesso ao Anuário VoltBras 2025 com exclusividade. Foto: Rubens Morelli/Canal VE
O carregador rápido com potência entre 30 kW e 60 kW é a opção mais vantajosa para operadores de recarga (CPOs) do Brasil. Essa faixa de potência entrega a melhor relação entre investimento inicial, faturamento e tempo de retorno, superando os carregadores AC e os modelos DC de maior capacidade.
É o que mostra o Anuário VoltBras 2025, que o Canal VE teve acesso com exclusividade. O estudo analisou dados de 56 redes de recarga em operação no Brasil, somando 1.249 carregadores instalados em ambientes públicos e semipúblicos.
De acordo com a pesquisa conduzida pela VoltBras, o Capex (“Capital Expenditure”, ou despesas de capital) médio para instalar um carregador DC 30–60 kW é de R$ 87,5 mil, valor considerado intermediário dentro do mercado. Apesar de não ser o modelo mais barato — os carregadores AC custam cerca de R$ 7 mil — ele entrega um retorno significativamente superior.
De acordo com o estudo, a faixa dos carregadores de 30-60 kW apresenta um faturamento médio de R$ 4.000 por ponto, mais de dez vezes acima dos AC, que registram R$ 375 por mês. Na prática, isso se traduz em um payback de aproximadamente 18 meses quando o carregador opera sozinho, o menor entre os modelos analisados com amostra robusta.

Faturamento maior, gastos maiores
Segundo o levantamento feito com a ajuda das redes de recarga, os carregadores na faixa de 60 kW a 120 kW, e os da faixa acima de 120 kW, oferecem faturamentos maiores, com médias de R$ 10.500 e R$ 12.600, respectivamente. Porém, o Capex cresce de maneira desproporcional.
A análise é que instalar um equipamento acima de 120 kW de potência pode ter um custo médio de R$ 275 mil para o CPO, mais que o triplo do Capex de um carregador na faixa de 30-60 kW, mas com incremento de receita relativamente pequeno.
Assim, a escolha do CPO por carregadores com potências maiores deve ser considerada levando em conta outros fatores, como localização, taxa de uso, tipo de veículos, etc., em que a margem aumente e o investimento se justifique, mesmo que num prazo maior de retorno.
Evolução do mercado
O levantamento também indica que a infraestrutura de recarga nacional entrou em uma nova fase. O setor avança para uma expansão mais estratégica, priorizando pontos que geram maior receita e retorno.
Os dados revelam ainda que CPOs com faturamento acima da média têm maior propensão a expandir suas redes, mostrando que investimento inteligente acelera o ciclo de crescimento da eletromobilidade.
Anuário disponível a CPOs
A VoltBras, empresa brasileira de tecnologia especializada em soluções de gestão de eletropostos e recarga de veículos elétricos, montou o anuário do ponto de vista de quem atua diretamente na infraestrutura de recarga. A ideia é oferecer um panorama real sobre o mercado de eletropostos, oferecendo uma visão completa sobre as melhores práticas e oportunidades de melhorias para os decisores do setor.
O primeiro anuário para redes de recarga do Brasil não será totalmente aberto ao mercado, mas está sendo disponibilizado gratuitamente ao CPO que colaborou com informações para a construção do documento, que mantém o sigilo das operações. A expectativa da empresa é atrair mais redes de recarga na próxima edição do anuário, fortalecendo, assim, o setor.
“Este mapeamento visa gerar inteligência de negócio para os CPOs e tornar o mercado de mobilidade elétrica cada vez mais competitivo, além de reforçar o compromisso da VoltBras em estar à frente deste movimento”, afirma Rodolfo Levien, COO da VoltBras.

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.