Trajeto até o trabalho pode ser até 45% mais rápido quando realizado de bicicleta elétrica. Foto: Divulgação/Oggi Bikes
O mercado de bicicletas elétricas no Brasil cresceu 7,2% em 2024, com mais de 53 mil unidades vendidas, segundo dados de fabricantes do setor. O aumento ocorre em um contexto urbano em que 1,3 milhão de brasileiros gastam duas horas ou mais por dia no deslocamento entre casa e trabalho, segundo o IBGE.
De acordo com o Censo Demográfico 2022, o automóvel ainda é o meio de transporte mais utilizado no país, com 32,3% dos trabalhadores (22,6 milhões de pessoas) indo ao trabalho de carro. O transporte coletivo aparece em seguida: ônibus (21,4%), deslocamentos a pé (17,8%) e motocicletas (16,4%). As bicicletas representam apenas 6,2% das viagens diárias, cerca de 4,4 milhões de pessoas.
Apesar da participação relativamente baixa, especialistas apontam potencial de crescimento. Mais da metade da população brasileira (56,8%) leva até 30 minutos para chegar ao trabalho, tempo considerado adequado para trajetos de bicicleta elétrica, que exigem menos esforço físico e permitem percursos mais longos.
Tempo e custo
As bicicletas elétricas surgem como alternativa eficiente para trajetos curtos e médios, reduzindo tempo de deslocamento e custos com transporte. Um levantamento interno da Oggi Bikes mostra que o trajeto até o trabalho pode ser até 45% mais rápido quando realizado de bicicleta elétrica.
O aumento no interesse por e-bikes também é impulsionado pela alta nos preços dos combustíveis e pela demanda por opções mais sustentáveis de transporte urbano.
Desafios da mobilidade urbana
Apesar do crescimento, o transporte individual motorizado ainda domina as cidades brasileiras. Em cidades com relevo acentuado ou longas distâncias, o motor elétrico transforma a bicicleta em um meio de transporte viável para trajetos diários.
David Peterle, CEO da Oggi Bikes destaca que a mobilidade urbana precisa ser repensada de forma mais prática e sustentável. “Boa parte dos deslocamentos diários poderia ser feita de bicicleta elétrica, com menos custo, menos poluição e mais qualidade de vida”, destaca.
Em grandes cidades como São Paulo, onde mais de 30% da população gasta entre uma e duas horas por dia no deslocamento, a adoção das bicicletas elétricas pode reduzir o tempo de percurso, especialmente nos trajetos de até 10 km, que hoje representam a maioria das viagens urbanas no país. “A Big Wheel 8.0 é um exemplo de como a tecnologia pode aproximar as pessoas da mobilidade sustentável. Ela permite pedalar mais longe, com menos esforço e com prazer. É a transição perfeita entre o transporte motorizado e o ativo”, completa Peterle.

Jornalista graduada pela UNIP desde 2023. Atuou como repórter em veículos de comunicação na região de Campinas com experiência em impresso, digital e TV. Acompanha o mercado de veículos elétricos para o Canal VE.