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7 de dezembro de 2024

Unicamp terá centro de pesquisa em baterias de veículos elétricos

Linha de montagem de baterias para veículos elétricos

Módulos de baterias para veículos elétricos em produção. Foto: Divulgação/BMW.

O Brasil terá um centro de excelência em baterias para aprofundar o conhecimento técnico-científico a respeito do componente que é o coração dos veículos elétricos e híbridos. O Centro de Manufatura de Baterias (CMB) será instalado dentro das dependências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que tem o Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) à frente do projeto.

“A ideia é aprender a fazer, obter o know-how para a produção de células individuais de baterias de lítio e sódio”, afirma Hudson Zanin, docente na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp e coordenador geral do projeto.

O pesquisador ressalta que o CMB deverá aprimorar o ecossistema para o desenvolvimento da mobilidade elétrica no país, ampliando tecnologias, treinando recursos humanos especializados e favorecendo a criação de startups. 

Voltado à pesquisa e ao desenvolvimento na área de ciência de materiais, o centro terá como foco o aperfeiçoamento de processos para manufatura de eletrodos e eletrólitos e a engenharia de células confiáveis e de altas capacidades.

 

Investimento garantido

O CMB foi selecionado para receber R$ 9 milhões em uma chamada pública de uma das linhas do programa Rota 2030, lançado em 2018 pelo governo federal, com o objetivo de estabelecer uma política industrial para o setor automotivo, administrada pela Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (Fundep).

Uma vez consolidado, o CMB como um local para manufatura e testes de validação e certificação da segurança das baterias – para uso tanto em veículos elétricos, como em computadores ou celulares. Além disso, atuará como um centro multiusuário, com parcerias de empresas e outros institutos de pesquisa.

“Queremos ajudar as empresas que tenham interesse em fazer um investimento nessa área. Porque, além de ser muito caro para montar uma fábrica, o empreendedor vai concorrer em um mercado extremamente agressivo, dominado pelos chineses”, diz Zanin.

Atualmente o país não produz comercialmente as células individuais, que são as menores unidades de armazenamento de energia de uma bateria. Um carro elétrico, por exemplo, pode ter mais de mil células individuais, cada uma de 3-4 volts, dispostas em série e em paralelo.

 

Projeto ambicioso

Assim que for definido o local dentro da Unicamp onde o centro será instalado, serão importadas da Itália máquinas de grande porte que permitirão a manufatura das células cilíndricas. “Uma das máquinas vai pintar os eletrodos, outra vai compactá-los, outra corta e enrola e outra encapsula tudo, para fechamento apropriado”, detalha Zanin, ressaltando que outros projetos deverão complementar as pesquisas. 

“A nossa expectativa é de que em dezembro de 2024 o centro esteja operacional”, completa Zanin, que informa ainda que o prédio deverá ter 2 mil metros quadrados e será construído em parceria com o Instituto de Pesquisas Eldorado. Além do CMB, o prédio abrigará ainda o Centro de Manufatura de células a combustível, favorecendo uma integração maior entre as áreas. 

Nos primeiros anos de atuação, a equipe centrará seus esforços para fazer uma prova de conceito dos serviços oferecidos, com análise da viabilidade técnica e econômica.

De acordo com o Cepetro, participam também do centro, desde a sua etapa inicial, pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

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