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Obra do eletroposto é primeiro dever do CPO, diz engenheiro

Arthur Carrão, CEO da Recharge Brasil. Foto: Canal VE

Não basta ter apenas uma boa localização e equipamentos de qualidade para se construir um eletroposto. É preciso ter bom planejamento, atenção às instalações e visão de negócios de longo prazo para ter sucesso no mercado. Essa é a opinião de Arthur Carrão, CEO da Recharge Brasil, empresa especializada em engenharia de infraestrutura de carregamento veicular.

Carrão destaca que operadores e investidores devem adotar uma postura mais cautelosa inicialmente, entendendo que o retorno vem com o tempo. “Não dá pra economizar na obra. Os projetos de infraestrutura precisam estar com empresas de engenharia especializadas. Não se pode contratar tudo junto como se fosse um pacote só”, falou.

No episódio mais recente do Conexão VE, o podcast do Canal VE, o empresário falou sobre os desafios e as oportunidades para se construir um eletroposto. O setor, ainda em fase inicial, deve passar por uma rápida expansão. Segundo ele, com projeções de triplicar ou até quadruplicar o número de pontos de recarga nos próximos doze anos.

Com o crescimento acelerado do setor e a entrada de novos investidores, o empresário acredita que profissionalismo e visão estratégica serão os principais diferenciais para quem quiser se manter competitivo no mercado de infraestrutura para recarga elétrica.

Visão de negócios

Para Carrão, na prática, o dia em que o ponto é entregue e começa a funcionar marca apenas o início da operação, e não o fim do trabalho. “O dia que eu entrego o carregador funcionando é o primeiro dia de operação do cliente. Até ali, ele ainda não faturou nada. Por isso, é preciso olhar para o negócio de forma estratégica e inteligente, e não apenas buscar o menor custo na obra”, afirmou.

Para o CEO, o diferencial da Recharge está em unir engenharia e inteligência de negócio, oferecendo suporte completo ao investidor — do projeto à execução do eletroposto. Ele ressaltou que muitos investidores chegam ao setor movidos pela percepção de crescimento do mercado, mas sem compreender toda a jornada de infraestrutura necessária. “A gente pega o investidor pela mão e ensina o que é um projeto de eletroposto, que tipo de carregadores usar. Às vezes o investimento inicial é maior, mas o retorno vem com eficiência e qualidade”, explicou.

Carrão também reforçou o compromisso da Recharge Brasil com segurança e qualidade. “Nós não negociamos esses dois pontos. Atuamos sempre com o máximo de segurança e qualidade possível.”

 

Desafios de recarga

Um dos desafios apresentados pelo empresário é a infraestrutura de rede de distribuição. Apesar do Brasil não apresentar problemas na capacidade de geração de energia, os projetos precisam analisar como e quanto de energia deve chegar no eletroposto.

Por ser uma tecnologia nova e de rápida expansão, Carrão avalia que a ANEEL e as concessionárias de energia precisam acompanhar a velocidade de implantação dos novos hubs de recarga para aprovar com mais rapidez os projetos, principalmente em eletropostos de ônibus que impactam diretamente uma cidade.

“A gente precisa ter regulamentações mais modernas que permitam o crescimento sustentável, eficiente e saudável do mercado. Porque nós estamos falando de saúde pública. Quando a gente está eletrificando uma frota de ônibus, a gente tá falando de saúde pública. A gente tá falando de menos gente respirando poluição”, destaca.

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