
Montadoras estão a apenas 9 gramas de CO2 da próxima meta da União Europeia. Foto: Divulgação/BMW
O avanço da eletromobilidade vem trazendo maior força para que montadoras de automóveis de países pertencentes à União Europeia (UE) cumpram suas metas de descarbonização, segundo novo levantamento do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT).
Com metas de redução de 55% da emissão de dióxido de carbono (CO2) para novos automóveis até 2030 e uma meta de redução de 100% até 2035, com a aposta em veículos elétricos, montadoras estão a apenas 9 gramas de CO2 da próxima meta da União Europeia.
Desde a introdução, em 2009, as emissões oficiais de homologação de novos automóveis de passageiros diminuíram cerca de 42%, ou cerca de 4,7 g/km por ano, em média. Em 2020/21, a última vez que as normas foram reforçadas, as emissões caíram a uma taxa de 17 g/km por ano. No início de 2025, o nível de CO2 acumulado no ano diminuiu mais 8 g/km em comparação com o primeiro semestre de 2024.
Metas dos fabricantes
Três grupos de fabricantes, responsáveis por 19% de todas as vendas de carros novos no primeiro semestre de 2025 já estão abaixo ou próximos de suas respectivas metas de CO2 para 2025-2027.
Em junho de 2025 o grupo BMW já entrou em conformidade com a meta, o grupo Kia manteve 3 g/km da meta e o grupo Mercedes-Volvo-Polestar está a 4 g/km da meta. São eles também os que possuem a maior participação de veículos elétricos no ano.
Entre as grandes fabricantes, o grupo Volkswagen está atualmente o mais distante de sua meta para 2025 (em 13 g/km), embora seu desempenho tenha melhorado no primeiro semestre do ano, caindo 4 g/km. Em média, os fabricantes estão atualmente 9 g/km (cerca de 9%) distantes da meta média de CO2 da frota para o período de 2025-2027.
“Nosso relatório conclui que a transição para veículos elétricos na Europa está no caminho certo e acelerando”, afirmou o Dr. Peter Mock, diretor do ICCT Europa. “As montadoras estão a apenas 9 gramas de sua próxima meta de CO2 em 2027. A estratégia preferencial para atingir essa meta dentro do prazo é vender mais carros elétricos a bateria, e isso não é nenhuma surpresa: os custos das baterias estão despencando, a infraestrutura de carregamento está se expandindo e os carros elétricos a bateria estão se tornando mais limpos mais rápido do que o esperado.”

Transição vem evoluindo o mercado
Desde 2015, quando eclodiu o escândalo Dieselgate – quando Volkswagen utilizou software fraudulento para manipular os resultados dos testes de motores a diesel emitindo níveis superiores de gases poluentes emitidos por lei – o setor automotivo europeu passou por uma transformação significativa.
Hoje, a União Europeia é exportadora líquida de carros elétricos a bateria e ocupa o segundo lugar na produção global de carros elétricos. De cerca de 80.571 carros elétricos em 2015, a produção da UE atingiu 2,35 milhões no final de 2024. No primeiro semestre de 2025, os carros totalmente elétricos alcançaram uma participação de mercado média recorde de 17% em toda a Europa.
“Em 2015, o setor automobilístico europeu ainda era dominado por carros poluentes que impactavam a saúde pública e minavam as metas climáticas”, disse o Dr. Mock. “Hoje, apesar das manchetes sombrias e da pressão dos resultados trimestrais, temos uma indústria muito mais limpa e um caminho para um setor automotivo livre de emissões”, conclui.

Jornalista graduada pela UNIP desde 2023. Atuou como repórter em veículos de comunicação na região de Campinas com experiência em impresso, digital e TV. Acompanha o mercado de veículos elétricos para o Canal VE.